
A eternidade da guerra nos leva a uma reflexão: será que os que só pensam em guerra são felizes?
Em 1999, às vésperas do até então temido ano 2000, que estaria fadado a decretar o fim do mundo, eu lancei meu primeiro livro, que, de todos que eu escrevi até agora, parece ser o mais eterno.
De nada adianta dar um Google para indagar quantas guerras já aconteceram desde que a tal da assim chamada humanidade existe.
Podem conferir a resposta: É impossível determinar um número exato de quantas guerras já ocorreram desde o início da história da humanidade, pois o conceito de “guerra” e a forma como ela é registrada evoluíram ao longo do tempo. No entanto, sabe-se que a história humana é marcada por conflitos armados, e existem evidências de guerras que remontam a milhares de anos.
Nesse meu primeiro lançamento literário (fotos) eu simulo a situação em que os acontecimentos andam a tal ponto ruins que as pessoas se juntam em torno de uma fogueira para festejarem o anunciado fim do mundo.

Da datilografia ao computador
Eu estava então com 47 anos de idade e as tecnologias nem de longe se comparavam ao que existe hoje.
Tanto isso é verdade que comecei a escrever o livro em uma máquina de datilografia e, somente depois de algum tempo, começaram a surgir os computadores pessoais, que nos permitiram escrever em casa com muito mais conforto e facilidade.
Poucos irão, talvez, imaginar a minha alegria ao ver que não precisaria mais reescrever a página inteira para alterar a frase que não me agradara.
Com a nova invenção tecnológica, ficava tudo ali guardado no HD, tão minúsculo em sua capacidade de armazenamento, naqueles tempos, que soaria ridículo imaginá-lo em meu atual PC, onde possuo quase 2 terabytes para armazenar meus textos até a hora de imprimi-los.
A capacidade humana em destruir
Não fosse a inquestionável capacidade do dito ser humano em transformar tudo em algo negativo, diríamos que todo avanço tecnológico seria sempre bem-vindo.
A realidade inverte essa lógica. Assim é que na natureza são produzidos vírus, alguns dos quais são benéficos e desempenham papéis importantes na natureza e na saúde das pessoas.
Em contrapartida, o chamado ser humano produz vírus de computador, cujo único objetivo é infectar negativamente as máquinas que se destinam a ajudar o próprio ser humano.
Homens que só pensam em guerra são felizes?
Essa é uma pergunta que ecoa com a mesma intensidade das explosões que tais homens planejam para garantir a eternidade da guerra.
Talvez, para esses tais seres humanos, o poder absoluto, o controle e a destruição representem algum tipo de êxtase efêmero.
Mas, ao perseguirem essa obsessão, será que percebem o vazio que deixam no mundo — e dentro de si mesmos?
Ou será que a guerra se tornou, para eles, a única linguagem que conhecem, o único meio de se afirmarem em um mundo que constantemente os desafia?

Guerra nuclear e o poder destrutivo que afeta milênios
Uma guerra nuclear é o auge dessa intenção devastadora. Não apenas aniquila vidas humanas, mas também arranca da terra as belezas naturais que demoraram milhões de anos para se formarem.
As montanhas majestosas, os oceanos intermináveis, as florestas ancestrais — tudo desapareceria em segundos.
Além disso, perderíamos aquilo que o espírito humano foi capaz de criar: cidades erguidas com engenho, catedrais que desafiam o céu, obras de arte que capturam nossa essência e memórias de gerações que moldaram a civilização.
O extermínio da esperança
A destruição material, por mais trágica que seja, é apenas parte da história.
O que talvez seja mais doloroso é o extermínio de nossas esperanças, de nossos vínculos e da capacidade de sonhar com um futuro melhor.
Uma guerra nuclear não só exterminaria corpos, mas também apagaria o legado emocional e cultural que conecta as gerações.
Qual seria o sentido de sobreviver em um mundo desprovido de poesia, de histórias, de um horizonte para onde olhar?
Mentes limitadas por ambições finitas
Na mente de quem só pensa em guerra, talvez não haja espaço para imaginar essa perda.
O olhar desses homens parece estar voltado para o imediato, para o cálculo do impacto, da força, do território conquistado.
Será que há um constante sentimento de insatisfação, uma inquietação que nunca cessa?
Talvez esses homens estejam em guerra consigo mesmos, projetando suas frustrações internas para o mundo externo.
Guerra, para eles, pode parecer um meio de silenciar os próprios demônios, mas, na realidade, ela apenas os amplifica.
Por outro lado, é possível que essas mentes vejam a guerra como uma forma de eternidade, um meio de deixar uma marca, ainda que seja uma cicatriz na história.
Mas, que tipo de legado é esse, que não inspira, mas destrói? Que não une, mas separa?
A ilusão dos infelizes
No fundo, certamente não existe felicidade na guerra, nem para quem guerreia. Mas apenas um círculo vicioso de medo e poder.
No entanto, há algo ainda mais perturbador: a indiferença com a qual alguns líderes podem encarar a devastação.
Para quem enxerga a guerra como um jogo de tabuleiro, o impacto humano e ambiental é apenas uma estatística.
Esse distanciamento reforça a ideia de que a guerra não é apenas um ato de violência física, mas também de cegueira moral.
Uma guerra nuclear seria o auge dessa indiferença, um evento em que a aniquilação total se tornaria uma espécie de clímax de décadas de desprezo pela vida e pelo planeta.
Além disso, uma guerra nuclear transcende a destruição imediata.
Ela envenena o solo, os mares e os céus, deixando um legado tóxico para as gerações futuras — se é que haverá gerações para herdar esse legado.
A radiação não distingue culpados de inocentes, nações vencedoras de derrotadas. É o lembrete cruel de que, na guerra total, todos perdem.
Em um mundo que carrega belezas tão frágeis, tanto naturais quanto culturais, a ideia de guerra nuclear é um ato de traição contra tudo o que somos e contra tudo o que podemos ser.
É um rompimento com nossa capacidade de criar, de proteger, de imaginar um futuro melhor.
Perder tudo isso seria uma tragédia irreparável, não apenas pela devastação que causaria, mas pelo que simboliza: o triunfo da destruição sobre a criação, do ódio sobre o amor, do egoísmo sobre a humanidade.
Enquanto houver quem pense em guerra como solução, cabe a todos os outros lembrarem de que o verdadeiro poder está na capacidade de preservar, não de destruir.
Afinal, as maiores riquezas da humanidade — a vida, a natureza, a cultura — não podem ser reconstruídas com força bruta, mas apenas com compaixão, compreensão e um compromisso profundo com a paz.

A Festa de Fim do Mundo
Ao clicar na imagem a seguir, você poderá ler, gratuitamente, não apenas a apresentação do livro, como também os primeiros capítulos.
Após o acesso, clique em Ler Amostra, abaixo da imagem da capa, quando então será encaminhado para uma degustação e terá a oportunidade de decidir se pretende prosseguir na leitura.
Estamos esperando a sua visita.
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