Onde se lê mais e onde se lê menos
Os livros digitais, ou e-books, têm se tornado cada vez mais populares em todo o mundo. No entanto, a adoção desse formato de leitura pode variar de país para país. E é interessante saber onde se lê mais e onde se lê menos no mundo.
É preciso alertar para uma questão: comprar livros nem sempre significa ler livros.
Muitas vezes as feiras de livros ficam lotadas. E há quem caia na ilusão de que o Brasil é um dos países onde mais se lê.
Ocorre que essas feiras são vistas como um evento social. As pessoas passeiam, se encontram, conversam, se divertem… E, às vezes, compram livros.
E quem compra livros nem sempre os lê.
Este é apenas um dos fatores que dificultam a questão de se saber onde se lê mais e onde se lê menos no mundo todo.
Há ainda outros cenários de relativa complexidade a serem considerados.
Nessas feiras de livros o que se encontra, basicamente, são livros em formato impresso.
Ou seja: quem lê livros impressos nem sempre costuma ler livros digitais.
Há países onde os livros digitais passaram a ser mais lidos do que os impressos.
Ou que a leitura do impresso e do digital praticamente empatou.
No Brasil, a venda de e-books tem aumentado progressivamente. Mas isso não significa que esses e-books estejam sendo sempre lidos.
Livrarias e bibliotecas podem se tornar casos raros
Como veremos adiante, no Brasil há um grande número de pessoas que ainda não se acostumaram com os livros digitais.
Se você conversar com alguns dos seus amigos, perceberá que muitos admitirão preferência pelo livro impresso. Até mesmo porque gostam de pegar no livro, manuseá-lo e até cheirá-lo.
Nas pesquisas que divulgamos a seguir estamos nos referindo aos livros em formato digital.
E a realidade incontestável é que, com o fechamento de grandes livrarias, o acesso ao livro impresso irá se estreitando.
Já as formas de comercialização do livro digital são mais acessíveis, pelo simples fato de que eles podem ser encontrados e facilmente adquiridos pela internet.
Outra diferença básica é que, se você compra um livro digital pela internet, normalmente o recebe quase que instantaneamente.
Já o livro impresso, se for comprado pela internet, pode demorar a chegar.
E, com o progressivo fechamento de livrarias, cada vez vai ficando mais difícil adquirir livros impressos presencialmente. Mesmo nas grandes cidades.
A dedução lógica é que, por todas essas razões, e em decorrência do alto custo de produção do livro impresso, o meio digital acabará prevalecendo.
Goste-se, ou não, dos chamados e-books.
De acordo com uma pesquisa da Statista, os países com maior penetração de leitura de e-books em 2021 são:
- China: 60,9% de leitura de livros digitais;
- Coréia do Sul: 46,5%;
- Estados Unidos: 32,2%;
- Japão: 24,9%;
- Reino Unido: 23,3%.
Mais uma vez, percebe-se que os países desenvolvidos sempre ocupam os primeiros lugares.
Isso não significa que todos os que têm nível de desenvolvimento menor não se interessem por leitura.
O fato é que há países em que a adoção de livros digitais ainda é relativamente baixa. E, novamente, quem está lá?
- Brasil: 4,2%;
- México: 4,5%;
- Índia: 3,3%;
- Argentina: 3,2%;
- Rússia: 2,2%.
Só o tempo dirá onde se lê mais e onde se lê menos no mundo todo
É importante ressaltar que esses números podem variar, dependendo do estudo e da metodologia utilizada.
E observar, ainda, que a procura por livros digitais tende a mudar com o tempo, à medida em que mais pessoas se adaptam a esse formato de leitura.
Existem diversas razões pelas quais os leitores podem optar por livros digitais ou rejeitá-los.
Algumas das principais razões de aceitação dos livros digitais podem desvendar as diferenças em relação a onde se lê mais e onde se lê menos.
Aceitação e rejeição dos livros digitais: quais os motivos
- Praticidade e portabilidade: Uma das principais vantagens do livro digital é a praticidade. Com um dispositivo de leitura, é possível armazenar e carregar centenas de livros, facilitando a leitura durante viagens e deslocamentos.
- Preço: Os livros digitais geralmente são mais baratos do que os livros impressos, o que pode tornar a leitura mais acessível para muitas pessoas.
- Variedade e disponibilidade: A oferta de livros digitais é muito maior do que a oferta de livros impressos. Isso permite que os leitores tenham acesso a uma grande variedade de títulos, muitos dos quais podem não estar disponíveis em formato físico em sua região.
- Acessibilidade: Os livros digitais podem ser uma opção mais acessível para pessoas com deficiências visuais. Elas podem ajustar o tamanho da fonte, a luminosidade, a cor de fundo e o contraste da tela para se adequarem às necessidades de cada leitor, tornando a leitura mais confortável.
- Muitos dispositivos de leitura oferecem a função de dicionário integrado, facilitando a compreensão de palavras desconhecidas. Algumas consultas podem ser feitas com um simples toque, dependendo dos recursos da edição.
Por sua vez, algumas das principais razões de rejeição dos livros digitais incluem:
- Algumas pessoas simplesmente preferem a sensação de folhear um livro físico, sentir o papel e até o cheiro do papel. E, quando é o caso, ver as ilustrações em cores.
- Fadiga visual: A leitura em telas eletrônicas pode ser cansativa para algumas pessoas, especialmente se elas passam muito tempo em frente ao computador ou a outros dispositivos eletrônicos.
- Restrições de uso: Alguns livros digitais podem ter restrições de uso, como limitações em relação à quantidade de dispositivos em que podem ser lidos. Ou, ainda, a exigência de um software específico para serem abertos.
Dependência de baterias e eletricidade soma-se a esses motivos, tendo em vista que livros físicos não dependem de baterias ou carregamento por eletricidade, o que pode ser uma preocupação para quem planeja ler em locais sem acesso a esses recursos.
Quando surgiram os livros digitais
O livro digital, também conhecido como e-book, é uma forma de leitura digital que começou a ganhar popularidade na década de 1990, mas sua história remonta a décadas anteriores.
Nos anos 1940, Vannevar Bush, um cientista americano, idealizou um dispositivo chamado Memex, que consistia em um sistema de armazenamento e acesso a informações em formato digital, semelhante aos livros digitais que temos hoje.
Na década de 70, Michael S. Hart criou o Projeto Gutenberg, um projeto voluntário que tinha como objetivo criar e disponibilizar gratuitamente livros digitais em formato de texto. Em 1971, Hart criou o primeiro livro digital, que foi uma cópia digital da Declaração de Independência dos Estados Unidos.
Nos anos 90, com o surgimento da internet, a disponibilização de livros digitais ficou mais fácil e prática. Em 1998, a empresa Rocket eBook lançou o primeiro dispositivo de leitura de livros digitais, que permitia o armazenamento de centenas de livros em um único dispositivo portátil.
A popularização dos smartphones e tablets, na década de 2000, também contribuiu para o crescimento do mercado de livros digitais. Em 2007, a Amazon lançou o Kindle, um dispositivo de leitura de livros digitais que se tornou um grande sucesso de vendas. Desde então, várias outras empresas lançaram seus próprios dispositivos de leitura, como o Kobo, da Rakuten, e o Nook, da Barnes & Noble.
Devido ao alto custo do livro impresso, é claramente uma conveniência que as pessoas ainda avessas ao livro digital procurem se habituar com essa nova tecnologia.
Os dispositivos de leitura vêm sendo cada vez mais aperfeiçoados, de maneira – inclusive – que as páginas se tornem cada vez mais parecidas com as páginas do livro impresso.
O importante, acima de tudo, é tornar a leitura um hábito permanente, em todas as idades.
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