Por que os brasileiros não leem
O Brasil ocupa os últimos lugares no índice de leitura. O sistema educacional deficiente está entre os motivos que explicam por que os brasileiros não leem.
Leitura tem que ser prazerosa
A leitura é uma atividade fundamental para o desenvolvimento intelectual e cultural das pessoas. Além disso, é uma forma de lazer e de entretenimento.
Mas poucos são os brasileiros que percebem isso. E, o pior: essa falta de leitura é também uma forma de agravar o índice de analfabetismo funcional.
Isso significa que, embora possam se encaixar no conceito de alfabetizados, muitos brasileiros não sabem interpretar o que leem.
Europeus estão entre os que mais leem
Veja mais adiante quais são os países com maior índice de leitura. E onde o Brasil se posiciona nesse ranking.
Segundo dados da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) de 2021, os países com os maiores índices de leitura per capita são:
- Islândia: 8,2 livros por habitante ao ano
- Noruega: 5,8 livros por habitante ao ano
- Reino Unido: 4,9 livros por habitante ao ano
- Dinamarca: 4,1 livros por habitante ao ano
- Suécia: 3,9 livros por habitante ao ano
- França: 3,7 livros por habitante ao ano
- Finlândia: 3,3 livros por habitante ao ano
- Alemanha: 3,1 livros por habitante ao ano
- Canadá: 3,0 livros por habitante ao ano
- Estados Unidos: 2,8 livros por habitante ao ano
Muitos fatores explicam por que os brasileiros não leem
No caso do Brasil, infelizmente, o país não aparece no ranking da UNESCO dos 10 países com maior índice de leitura per capita.
E muitos fatores contribuem para essa triste realidade, como veremos mais adiante.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Pró-Livro de 2019, que mede os hábitos de leitura da população brasileira, cerca de 47% dos brasileiros não leram nenhum livro nos últimos 3 meses.
Outros dados desse levantamento também não são animadores: enquanto 30% leem até 2 livros no mesmo período, apenas 3% dos entrevistados afirmaram ler mais de 5 livros em 3 meses.
Esse cenário mostra que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer para aumentar o índice de leitura per capita.
É preciso investir em políticas públicas que incentivem a leitura, desde a formação de bibliotecas públicas até a distribuição de livros em escolas e comunidades.
Além disso, é importante fomentar a produção literária nacional e ampliar o acesso aos livros, especialmente para as camadas mais pobres da população.
O alto preço do livro impresso, frente à reconhecida baixa renda do brasileiro médio, está entre os fatores que dificultam, ainda mais, o acesso à leitura.
E-books facilitam o acesso à leitura
O surgimento dos livros digitais, ou e-books, constitui fato positivo nesse aspecto. Como seu custo de produção é mais baixo, os preços são mais acessíveis.
No entanto, há outra questão envolvida: embora em países como os EUA, entre outros, o consumo de livros digitais tenha se popularizado, no Brasil ainda há uma parcela de rejeição pelas publicações em formato digital.
Esse panorama, aparentemente, tem melhorado, com o aumento da busca por e-books.
De qualquer modo, isso se verifica mais entre as pessoas com maior índice de escolaridade, que já possuíam um razoável ou mesmo aguçado hábito de leitura.
A grande questão é fomentar esse hábito em quem ainda não compreendeu o quanto a leitura contribui, como dissemos desde o início deste breve artigo, para o desenvolvimento intelectual e cultural das pessoas.
Além de ser, também como já ressaltamos, uma forma de lazer e de entretenimento.
Ensino deficiente também explica por que os brasileiros não leem
Tudo isso nos leva a compreender por que os brasileiros não leem. Falta apenas os gestores da máquina pública compreenderem a importância do fortalecimento do ensino público.
A par disso, é de crucial importância aprimorar e modernizar os métodos de ensino. E compreender que as escolas têm que ser um centro de fomentação do saber.
O primeiro passo é transformar o ensino em algo prazeroso para o aluno, em vez de uma obrigação.
É o que costumamos chamar de o sabor do saber. Ou seja: fazer com que o aprendizado seja encarado como algo lúdico, que proporcione ao aluno a sensação de prazer e de satisfação ao estudar.
Essa tem sido uma das metodologias adotadas por escolas de boa parte dos países da Europa, razão pela qual o maior índice de leitura se concentre exatamente naquele continente.
Vamos torcer para que isso aconteça no Brasil, no menor prazo possível. De maneira que o povo brasileiro deixe de fazer parte dessa triste estatística que situa o Brasil entre os países com menor índice de leitura.
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