Erros que um escritor não deve cometer
Você sabe qual é a melhor prática para quem quer ser escritor ou escritora? Resposta instantânea: Ler. E sabe o que acontece quando alguém não tem hábito de ler e, ainda assim, quer ser escritor, com a ilusão de que vai ganhar dinheiro? Não vai conseguir. E, se quiser insistir, um bom começo é saber quais os erros que um escritor não deve cometer.
Em nosso site sobre cinema, apresentamos uma avaliação sobre o filme O Autor, em que um homem obstinado pela ideia de se tornar um escritor comete vários absurdos. (Clique no banner a seguir se quiser ter acesso ao artigo)
Evidentemente, não estamos dizendo que todo mundo que pretende seguir a carreira literária vai chegar ao ponto a que ele chegou.
A dificuldade, muitas vezes, é pela falta de um método adequado, que facilite as coisas.
Ou pela dificuldade de se organizar, logo de início, para que as coisas não se compliquem.
Quando falamos na necessidade de ler, isso pode parecer óbvio. Mas vamos explicar melhor.
Certamente, todos já entenderam que ler não significa copiar ou mesmo imitar qualquer autor.
Um escritor deve encontrar a sua própria voz e estilo. Tentar imitar outros escritores pode fazer com que o trabalho pareça falso ou pouco original.
Mas a leitura de bons autores facilita as coisas, porque pode – inclusive – fazer brotar boas ideias.
E ajudar, também, o aspirante a escritor a descobrir recursos linguísticos e aperfeiçoar sua escrita.
Porque, sinceramente falando, esse é um dado fundamental.
Acredite: há leitores que param de ler um livro assim que tropeçam no primeiro erro gramatical daqueles que doem no ouvido quando falados ou na mente quando lidos.
É lógico que isso é muito diferente de quando você vai reproduzir uma fala entre personagens e, nesse diálogo, há pessoas humildes, que falam errado, como se diz.
Nesses casos, vai ficar evidente que o Autor está apenas caracterizando o personagem como alguém que não domina o idioma.
Primeiros passos para evitar erros que um escritor não deve cometer
Organização é algo fundamental antes de começar. E aqui vamos nos referir, mais especificamente, ao gênero romance.
Porque a pessoa pode pretender, por exemplo, escrever um livro científico. Ou algo que exija determinada especialização.
Nesses casos, precisa demonstrar autoridade no assunto a ser abordado.
Por mais autoridade que tenha, deve pesquisar e se informar sobre o tema. Isso pode ajudar a evitar erros e imprecisões que venham a prejudicar a credibilidade do livro em questão.
Retornando aos gêneros conto e/ou romance, a primeira preocupação é a de traçar perfis consistentes para os personagens.
Isso evita cair em contradições ao desenvolver a história, o que é muito comum entre principiantes.
Faça uma lista separada com os nomes e as características de cada personagem, descrevendo-os da forma mais precisa que você consiga.
Em muitos casos, tratando-se dos gêneros a que nos referimos, isso até pode fazer parte da história.
É quando você sente a necessidade de revelar aos leitores, por exemplo, o perfil psicológico de um determinado personagem, porque isso é importante na história.
Mas não é somente disso que estamos falando. Mas de uma lista à qual somente você vai ter acesso, com dados que vão permitir que você não se perca ao desenvolver a trama.
E por falar em personagem, outro erro que um escritor não deve cometer é o de criar personagens superficiais, ou seja, sem profundidade.
Porque, afinal, é preciso imprimir emoção e interesse à trama, para tornar a história mais intrigante.
Aqui estamos falando, portanto, da primeira etapa da construção da narrativa.
Consiste em dizer que é preciso planejar a história.
Um erro comum é começar a escrever sem ter um plano sólido, o que pode dificultar a escrita.
Procure também fazer com que a história não se torne maçante ou cansativa, o que – novamente – leva à necessidade de emoção.
Muitas vezes, escritores novatos tendem a explicar tudo em excesso. E é exatamente isso que pode tornar a leitura cansativa e pouco envolvente.
Nunca menospreze a inteligência do leitor, ou seja: procure incluir, ao longo da narrativa, as descrições, informações e fatos relevantes para a história.
Muitas pessoas acreditam que um livro com poucas páginas perde a importância e o valor.
Com isso, começam a encher linguiça, uma expressão que se usa no jornalismo quando o repórter (até por exigência do editor) precisa alongar a história a ser contada para preencher o espaço a ela reservado.
O escritor não precisa ter essa preocupação. É ele quem traça onde deve ser colocado o ponto final.
Se um editor pede a você para encher linguiça, procure outro.
Como não pretendemos tornar este artigo demasiadamente longo, vamos incluir apenas algumas observações que não podem ficar de fora.
Pressa é inimiga da boa literatura
Uma delas: não tenha pressa em publicar:
Muitas vezes, escritores novatos querem publicar o seu trabalho o mais rápido possível.
No entanto, é importante que o escritor não se apresse e se esforce em aperfeiçoar a sua escrita antes de publicar.
É preciso, obviamente, considerar que a narração não termina com o primeiro rascunho.
É importante que o escritor revise o seu trabalho (ou contrate um revisor), para garantir que a história faça sentido, que não haja erros gramaticais e que o estilo esteja claro e conciso.
O revisor não tem a obrigação de fazer essas observações sobre a qualidade da obra. Mas pode, perfeitamente (a pedido do Autor) fornecer algumas dicas sobre os erros que um escritor não deve cometer.
É lógico que essas dicas podem se revelar preciosas caso seja um revisor experiente, que já tenha revisado muitos livros.
Sobre o tempo para escrever, é lógico que há situações em que seguir um prazo é obrigatório.
Um exemplo disso é quando o escritor quer participar, por exemplo, de concursos de obras inéditas.
Para conseguir inscrever o livro em tempo hábil, a questão, novamente, é caprichar na organização.
Conforme já ressaltamos, a estrutura de um livro é importante.
O escritor deve pensar em como a história será contada, como os capítulos serão organizados e como a trama será desenvolvida.
Finalmente, um conselho bem prático: a menos que você disponha de um digitador que irá passar para o computador tudo o que você escreveu, crie diretamente no computador.
Não tenha a menor dúvida: a informática é a melhor aliada dos escritores.
Alguns escritores da chamada velha guarda, como Jorge Amado, escreviam apenas usando as antigas máquinas de datilografia.
Mas ele tinha uma secretária que depois passava tudo para o computador.
Escrever diretamente no PC, valendo-se de todo o potencial que a informática nos proporciona – nem é preciso dizer – evita rabiscos e confusões que exigem frequentes alterações no texto.
E, se algo precisa ser trocado, o uso do PC possibilita que frases inteiras sejam reescritas, bastando apenas substituí-las com rapidez e precisão.
Uma curiosidade: na época em que ainda não existiam os computadores pessoais, alguns escritores, diante da perspectiva de ter que passar a limpo um capítulo inteiro apenas para alterar uma frase, colavam tiras de papel com a nova frase sobre a anterior.
E, pense só, tinha que ser uma frase exatamente do tamanho da anterior, para que coubesse no espaço ocupado pela que estava sendo removida.
Já pensou no trabalho que isso dava?
Este articulista que aqui lhe passa estas rápidas dicas aprendeu a valorizar ainda mais a informática quando escreveu seu primeiro livro, A Festa de Fim do Mundo.
Iniciamos a escrita numa máquina de datilografia e, depois de algum tempo, conseguimos adquirir um computador.
Nem é preciso dizer o quanto isso facilitou. E até simplificou nossa tarefa de perceber os erros que um escritor não deve cometer.
Muitas pessoas, ainda hoje, encaram a tarefa de escrever diretamente no PC como algo difícil.
Tivemos a oportunidade de comprovar isso quando ministramos aulas numa faculdade de Jornalismo e os alunos ainda demonstravam esse bloqueio.
Mas isso tem muito tempo.
Acreditamos que essa é uma realidade que ficou para trás.
Para a felicidade de muitos profissionais, como escritores e jornalistas.
Pelo menos nesse aspecto, o escritor iniciante pode dizer que está começando com mais facilidade.
Mas não se empolgue acreditando que vai ficar milionário.
Especialmente em países com baixo índice de leitura, como o Brasil, isso se mostra difícil.
Mas não queremos desanimar ninguém.
Esforce-se, empenhe-se, pratique bastante.
Quando uma ideia ou história interessante lhe vem à mente, não deixe para depois.
Quem sabe você, leitor, venha a ser um forte candidato a se tornar o primeiro Nobel brasileiro.
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